sábado, 21 de março de 2015

QUAL A DIFERENÇA ENTRE DIFICULDADE, TRANSTORNO E DISTÚRBIO DA APRENDIZAGEM?

UM EXCELENTE TRABALHO  PARA ELUCIDAR ESTA QUESTÃO!

INSTITUTO MACAPAENSE DE ENSINO SUPERIOR
CURSO DE PSICOLOGIA
THAYNA RAYSA COSTA E SILVA
ESTUDO DIRIGIDO
MACAPÁ-AP
2011


INSTITUTO MACAPAENSE DE ENSINO SUPERIOR
CURSO DE PSICOLOGIA
THAYNA RAYSA COSTA E SILVA
ESTUDO DIRIGIDO
Trabalho apresentado à disciplina de Psicopedagogia, da turma P10NA, como requisito de avaliação parcial do PAB, sob orientação da professora Denise Morelli.
MACAPÁ-AP
2011
  1. Conceitue:
-Distúrbio: o termo “distúrbio” está mais vinculado ao aluno, na medida em que sugere a existência de comprometimento neurológicos em funções corticais específicas.
-Dificuldade: o termo “dificuldade” está mais relacionado a problemas de ordem psicopedagógica e/ou sócio - culturais, ou seja, o problema não está centrado apenas no aluno.
-Transtorno: “Transtorno” não é um termo exato, porém é usado para indicar a existência de um conjunto de sintomas ou comportamentos clinicamente reconhecível associado, na maioria dos casos, a sofrimento e interferência com funções pessoais
  1. Do ponto de vista etimológico como pode ser traduzida a palavra distúrbio?
Etimologicamente, a palavra distúrbio compõem-se do radical turbare e do prefixo dis. O radical turbare significa “alteração violenta na ordem natural” e pode ser identificado também nas palavras turvo, turbilhão, perturbar e conturbar. O prefixo dis tem como significado “alteração com sentido anormal, patológico” e possui valor negativo. O prefixo dis é muito utilizado na terminologia médica (por exemplo: distensão, distrofia). Em síntese, do ponto do vista etimológico, a palavra distúrbio pode ser traduzida como “anormalidade patológica por alteração violenta na ordem natural.
  1. O que é distúrbio da aprendizagem:
A expressão distúrbios de aprendizagem teria o significado de “anormalidade patológica por alteração violenta na ordem natural da aprendizagem”, obviamente localizada em quem aprende. Portanto, um distúrbio de aprendizagem obrigatoriamente remete a um problema ou a uma doença que acomete o aluno em nível individual e orgânico.
  1. Que dificuldades de aprendizagens são freqüentemente confundidas com os distúrbios da aprendizagem?
A desmotivação e desinteresse, aspectos mais gerais e momentâneos caracterizam dificuldades de aprendizagem, enquanto problemas na leitura, na escrita, na matemática e na atenção, considerados mais específicos e comprometedores são identificados como distúrbios.
A dificuldade de aprendizagem caracteriza-se por um resultado substancialmente abaixo do esperado no desenvolvimento de elementos básicos como: escuta, fala, leitura, escrita, raciocínio lógico e habilidades matemáticas. Entre os principais fatores que contribuem para que um aluno tenha dificuldades de aprendizagem, podemos destacar: Baixa motivação, Fatores econômicos, Problemas no núcleo familiar, Alimentação incorreta em quantidade e/ou qualidade, Baixa qualidade do sono, Salas superlotadas, Professores sobrecarregados, pouco treinados e mal remunerados, Material didático inadequado.]
Os distúrbios de aprendizagem estão relacionados com fundamentos orgânicos e demandam um tratamento específico. Entre as causas mais prováveis: Lesão Cerebral, Alteração no desenvolvimento cerebral, Hereditariedade com variáveis genéticas ou biológicas, Características de funcionamento do sistema nervoso central, Funcionamento dos órgãos sensoriais.
  1. Segundo o CID-10 como são classificados os transtornos específicos do desenvolvimento das habilidades escolares?
São transtornos nos quais os padrões normais de aquisição de habilidades são perturbados desde os estágios iniciais do desenvolvimento. Eles não são simplesmente uma conseqüência de uma falta de oportunidade de aprender nem são decorrentes de qualquer forma de traumatismo ou de doença cerebral adquirida. Ao contrário, pensa-se que os transtornos originam-se de anormalidades no processo cognitivo, que derivam em grande parte de algum tipo de disfunção biológica
  1. Conceitue:
-Dificuldades ou problemas de aprendizagem: Participariam dessa conceituação os atrasos no desempenho escolar por falta de interesse, perturbação emocional, inadequação metodológica ou mudança no padrão de exigência da escola, ou seja, alterações evolutivas normais que foram consideradas no passado como alterações patológicas.
  1. Que fatores são determinantes nas dificuldades de aprendizagem?
Pain (1981, citado por Rubinstein, 1996) considera a dificuldade para aprender como um sintoma, que cumpre uma função positiva tão integrativa como o aprender, e que pode ser determinado por:
1. Fatores orgânicos: relacionados com aspectos do funcionamento anatômico, como o funcionamento dos órgãos dos sentidos e do sistema nervoso central;
2. Fatores específicos: relacionados à dificuldades específicas do indivíduo, os quais não são passíveis de constatação orgânica, mas que se manifestam na área da linguagem ou na organização espacial e temporal, dentre outros;
 3. Fatores é necessário que se faça a distinção entre dificuldades de aprendizagem decorrentes de um sintoma ou de uma inibição. Quando relacionado ao um sintoma, o não aprender possui um significado inconsciente; quando relacionado a uma inibição, trata-se de uma retração intelectual do ego, ocorrendo uma diminuição das funções cognitivas que acaba por acarretar os problemas para aprender;
 4. Fatores ambientais: relacionados às condições objetivas ambientais que podem favorecer ou não a aprendizagem do indivíduo.
  1. Que causas se relacionam com a dificuldade de aprendizagem?
A origem das dificuldades ou problemas de aprendizagem não se relaciona apenas à estrutura individual da criança, mas também à estrutura familiar a que a criança está vinculada. As dificuldades de aprendizagem estariam relacionadas às seguintes causas:
1. Causas externas à estrutura familiar e individual: originariam o problema de aprendizagem reativo, o qual afeta o aprender mas não aprisiona a inteligência e, geralmente, surge do confronto entre o aluno e a instituição;
2. Causas internas à estrutura familiar e individual: originariam o problema considerado como sintoma e inibição, afetando a dinâmica de articulações necessárias entre organismo, corpo, inteligência e desejo, causando o desejo inconsciente de não conhecer e, portanto, de não aprender;
3. Modalidades de pensamento derivadas de uma estrutura psicótica, as quais ocorrem em menor número de casos;
4. Fatores de deficiência orgânica: em casos mais raros.
  1. Qual a conclusão de Scoz sobre a influência dos processos psioneurológicos e ambientais?
Os problemas de aprendizagem não são restringíveis nem a causas físicas ou psicológicas, nem a análises das conjunturas sociais. É preciso compreendê-los a partir de um enfoque multidimensal, que amalgame fatores orgânicos, cognitivos, afetivos, sociais e pedagógicos, percebidos dentro das articulações sociais. Tanto quanto a análise, as ações sobre os problemas de aprendizagem devem inserir-se num movimento mais amplo de luta pela transformação da sociedade.
  1. Como você classificaria a dislexia após este estudo.
A dislexia apresenta-se como uma incapacidade parcial de a criança ler, compreendendo o que se leu apesar de ter inteligência, audição ou visão normal e de serem oriundas de lares adequados, isto é, que não passem privação de ordem doméstica ou cultural.
A dislexia freqüentemente pode ser confundida com outros problemas de adaptação escolar, principalmente com os de atraso de desenvolvimento, de dificuldades iniciais na aprendizagem da leitura e escrita, de problemas de ordem afetiva, problemas de deficiências mentais ligeiras, atrasos no desenvolvimento e desmotivação para as tarefas escolares.
No processo de leitura, os disléxicos só recorrem na arca cerebral que processa fonemas de sílabas, pois a região cerebral responsável pela análise de palavras permanece inativa. Suas ligações cerebrais não incluem a área responsável pela identificação de palavras e, portanto, a criança disléxica não consegue reconhecer palavras que já tenha lido ou estudado. A leitura se torna um grande esforço para ela, pois toda palavra que ela lê aparenta ser nova e desconhecida.